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Os Sistemas de Trólebus Brasileiros:
São Paulo (SP) - CMTC


 

A Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC) foi criada em 10 de outubro de 1946 para controlar todo o sistema de transporte da capital paulista, iniciando suas atividades em 01 de julho de 1947. O sistema de trólebus na cidade de São Paulo - o primeiro no Brasil - foi implantado em 1949 pela Companhia, com uma frota inicial composta de 30 trólebus importados, entregues a partir de 1947 conforme discriminação abaixo:

​- 06 trólebus norte-americanos com chassi e carroceria Pulman Standard e equipamentos elétricos Westinghouse;

- 20 trólebus norte-americanos com chassi War la France, carroceria Wayne e equipamentos elétricos Westinghouse;

- 04 trólebus ingleses com chassi e carroceria English Associated Equipment Company e equipamentos elétricos British United Traction (conhecidos como BUT).

A primeira linha foi então inaugurada em 22/04/1949 ligando o centro da cidade ao bairro da Aclimação cuja extensão total era de 7,2 km. A antiga garagem de bondes do bairro Aclimação foi adaptada para receber os trólebus. De 1949 a 1959 a rede elétrica se expandiu para 31,9 km, havendo quatro linhas em operação, utilizando os 30 veículos existentes.

A garagem pioneira dos trólebus da CMTC no bairro Aclimação em São Paulo - antiga garagem de bondes que passou a abrigar os trólebus até 1967.

(Acervo CMTC / Jorge Françozo de Moraes).

Balanço do primeiro ano de operação da CMTC - Jornal "Diário da Noite" edição de 01/01/1948 (clique na imagem para ampliar).

(Acervo site "Transporte Público" - http://infratp.blogspot.com/).

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Trólebus Pulman Standard/Westinghouse.

(Fonte: “Trólebus – 50 anos em São Paulo”, publicado pela SP Trans – São Paulo  Transporte S/A e ANTP – Associação  Nacional de Transportes Públicos).

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Trólebus Westran, no bairro da Aclimação, em 1949.

(Fonte: http://www.reumatismocarclub.com.br/cgi-bin/reumatismo/reuma_08. asp?IDCategoria=9).

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Trólebus inglês BUT, na linha da Aclimação (1949).

(Fonte: http://br.geocities.com/zostratus7/01/sp-trolebus-02.htm).

Em  1954  foram  adquiridos  50  trólebus  alemães  com  carroceria  Henschel,  chassi Uerdingen e equipamentos elétricos Siemens, equipados com um sistema de marcha autônoma que utilizava um gerador e um pequeno motor a combustão. A rede continuou a se expandir, chegando em 1957 a 60,3 km. Neste ano foram adquiridos mais 75 trólebus ACF-Brill/General Electric importados dos Estados Unidos. Estes veículos foram comprados usados do sistema de Denver (Colorado) que desativou este modo de transporte. Foram fabricados entre 1946 e 1948.

A frota composta de 155 trólebus permaneceu inalterada até o ano de 1958 quando foi implantada a indústria de trólebus nacionais. Desta forma, a CMTC adquiriu 10 unidades do tipo Grassi/Villares (o primeiro modelo de trólebus fabricado no Brasil).

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Trólebus alemão Uerdingen/Henschel/Siemens.

(Fonte: “Trólebus   –   50  anos  em  São  Paulo”, publicado pela SP Trans – São Paulo Transporte S/A e ANTP  –   Associação Nacional

de Transportes Públicos).

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Trólebus ACF-Brill.

(Fonte: SP Trans).

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Trólebus Grassi/Villares - o primeiro trólebus fabricado no Brasil.

(Acervo CMTC / ANTP-SP).

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Em 1963 houve uma grande mudança, quando a própria CMTC passou a montar as carrocerias para trólebus em suas oficinas, com componentes da empresa carioca Metropolitana - montadora de ônibus - da qual a CMTC adquiriu grande quantidade de veículos. Foram montados 144 trólebus, utilizando componentes de seus primeiros veículos, de antigos ônibus diesel desativados e até mesmo sobre chassis inteiramente novos. Esta linha de montagem entre os anos de 1963 e 1969 certamente foi a única salvação para que o sistema não desaparecesse por completo pois apesar da existência dos trólebus nacionais estes tinham um preço muito elevado face à pouca demanda.

Em  1967  foram  desativados  os  seis  trólebus  Pullman  e  os quatro BUT sendo adquiridos seis novos trólebus Massari/Villares, na versão de menor comprimento e duas portas. Neste mesmo ano a garagem do bairro Aclimação foi desativada, sendo os trólebus transferidos para a antiga garagem de bondes do bairro do Brás.

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Trólebus CMTC/Villares.

(Fonte: SP Trans).

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Trólebus Massari/Villares.

(Fonte:  http://www.railbuss.com.br/onibus/galeria/displayimage.php?album=36pos=16).

Em 1969 a frota alcança 234 trólebus distribuídos da seguinte forma:

- 20 Westram/CMTC/Villares

- 42 GMC-ODC/CMTC/Siemens

- 61 GMC-ODC/CMTC/Villares

- 20 FNM/CMTC/Villares

- 01 Scania/CMTC/Villares

- 10 Grassi/Villares

- 74 ACF-Brill/General Electric

- 06 Massari/Villares

Em  1971  a  CMTC  converteu  um  ônibus  diesel  Margirius-Deutz  com carroceria Striulli para trólebus, com equipamentos Villares. A última aquisição de trólebus antes da revitalização do sistema ocorreu em 1972 quando a CMTC adquiriu nove trólebus Massari/Villares, vindos do sistema de Fortaleza (desativado).

 

Em 1977 a CMTC elaborou um amplo estudo para a revitalização de seu sistema de trólebus e preparou as especificações técnicas dos trólebus de moderna concepção que a indústria nacional passaria a fabricar. Surge o Plano Sistran  – Sistema Integrado de Transportes, com o intuito de implantar na cidade uma rede de transportes limpos e eficientes. O Plano Sistran previa para São Paulo 1280 trólebus e a criação de mais 280 km de rede, que se juntariam aos 115 km já existentes na época. Infelizmente devido à descontinuidade política da época o plano foi implantado apenas de maneira parcial.

Em 1979 a CMTC realizou testes com um trólebus alemão Mercedes-Benz/BBC/Siemens, na linha Margarida Maria - Patriarca. Este veículo que operou somente um mês foi posteriormente devolvido ao seu país de origem.

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Trólebus Margirius-Deutz/Striulli/Villares.

(Fonte: “Trólebus – 50 anos em São Paulo”, publicado pela SP Trans – São Paulo Transporte S/A e ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos).

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Trólebus alemão Mercedes-Benz/BBC/Siemens, em operação experimental na cidade de São Paulo.

(Créditos na foto).

No período entre 1980 e 1982 foram encomendados 200 veículos do tipo Ciferal/Scania/Tectronic e outros 90 Marcopolo/Scania/Tectronic, entregues entre 1982 e 1983. Também foram inauguradas sete novas linhas e a rede elétrica passou de 151 km para 274 km, equivalentes em rede bifilar simples.

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Trólebus Ciferal/Scania/Tectronic - Padron "Amazonas".

(Créditos na foto).

Trólebus Marcopolo/Scania/Tectronic.

(Acervo Jorge Françozo de Moraes).

Em 1985 um corredor expresso para trólebus e ônibus foi implantado para servir o bairro Santo Amaro. Foram adquiridos 78 trólebus monobloco Mafersa/Villares, além dos dois primeiros trólebus articulados nacionais: CAIO/Volvo/Villares e Marcopolo/Scania/Tectronic.

Croqui original do corredor Santo Amaro / 9 de Julho com pista central, embarque à direita e área de ultrapassagens.

(Acerevo CMTC / site "Portal do Ônibus).

Em 1986 a CMTC realiza testes com um protótipo de um novo trólebus articulado, produzido pela MAFERSA. Entretanto, com o cancelamento da concorrência para compra de trólebus articulados para o corredor "9 de julho - Santo Amaro", o veículo retorna à MAFERSA, sendo posteriormente entregue à EMTU-SP, para testes.

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Trólebus Mafersa/Villares.

(Fonte: “Trólebus – 50 anos em São Paulo”, publicado pela SP Trans – São Paulo Transporte S/A e ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos).

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Trólebus articulado Volvo/Caio/Villares.

(Fonte: “Trólebus – 50 anos em São Paulo”, publicado pela SP Trans – São Paulo Transporte S/A e ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos).

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Trólebus articulado Marcopolo/Scania/Powertronics.

(Fonte: acervo Jorge Françozo de Moraes).

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Trólebus articulado Mafersa/Villares, em testes na CMTC.

(Fonte : acervo Revista Carga & Transporte).

As linhas de trólebus de São Paullo em 1985 - clique na imagem acima para baixar o arquivo em pdf.

(Acervo CMTC).

cmtc gal

A privatização do sistema de trólebus da CMTC ocorreu em abril/1994. A frota e as linhas foram divididas em três grupos, de acordo com a área de atuação de cada garagem existente. Assim, a empresa TRANSBRAÇAL assumiu a garagem no bairro Brás, a empresa ELETROBUS assumiu a garagem no bairro Tatuapé e, por fim, a empresa TRANSPORTE COLETIVO IMPERIAL assumiu a garagem no bairro SANTO AMARO.

 

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Garagens
Especificações

Fonte de Pesquisa:

 

- http://www.antp.org.br/noticias/clippings/novos-corredores-metropolitanos-podem-ter-onibus-com-baterias-ou-trolebus-diz-presidente-emtu.html

- “Revista dos Transportes Públicos” (ano 19, 1.996, 4° trimestre), publicado pela ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos: artigo “Trólebus – As Fases da Implantação do Sistema no Brasil”, de autoria de Jorge Françozo de Moraes.

- “CIDADE DE SÃO PAULO - Cronologia do Sistema de Trólebus” (http://zrak7.ifrance.com/sp-trolebus.pdf).

 

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