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Trólebus & Veículos Elétricos Brasileiros:
Carro Elétrico Brasileiro


 

O primeiro carro elétrico genuinamente brasileiro foi idealizado e fabricado pela Gurgel Indústria e Comércio de Veículos S/A em 1974, em plena crise mundial do petróleo, quando o engenheiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel apresenta no Salão do Automóvel de 1974 o modelo Itaipu E-150.

Acompanhe na sequencia a evolução do carro elétrico brasileiro.

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GURGEL INDÚSTRIA E COMÉRCIO

DE VEÍCULOS S/A

João Gurgel nasceu em 1926 dedicando a maior parte da sua vida em tornar realidade seu grande sonho: fabricar veículos totalmente nacionais, com uma marca 100% brasileira. Cursou o curso de Engenharia na Escola Politécnica de São Paulo e sua pós-graduação nos Estados Unidos, onde teve a oportunidade de trabalhar na General Motors Truck and Coach Corporation e também na Buick Motor Corporation.

 

Retornando ao Brasil em 1958, fundou a empresa Moplast Moldagem de Plásticos e começou a fornecer produtos ao mercado nacional de autopeças, inclusive carrocerias de fibra de fibro. Também nesta época, começou a produzir karts e minicarros para crianças, mas seu sonho de construir uma marca de automóveis totalmente nacional não saía de sua mente.

Foi com esse empenho que no ano de 1969 Gurgel criou a Gurgel Motores S/A, inicialmente localizada em São Paulo. Com a expansão da empresa, em 1975 sua fábrica foi transferida para a cidade de Rio Claro, no interior paulista.

 

Em 1993 a Gurgel Motores S/A entrou em concordata e em 1994 foi decretada a sua falência, porém a empresa recorreu e conseguiu manter a sua produção até 1996. João Amaral Gurgel faleceu em 2009.

Em 2004 o empresário paulista Paulo Emílio Freire Lemos adquiriu os direitos da marca junto ao INPI, produzindo atualmente tratores agrícolas e empilhadeiras. Hoje sua matriz está localizada na cidade de Presidente Venceslau/SP e possui uma filial na cidade de Três Lagoas/MS.

> Gurgel Itaipú: o primeiro carro elétrico brasileiro - Itaipu E-150 - foi lançado em 1974 no Salão do Automóvel. Possuía carroceria de fibra de vidro, comprimento de 2,65 metros e largura de 1,40 metros; o motor elétrico ficava entre os eixos, com potência de 3,2 kW (o equivalente a 4,2 cv), de corrente contínua; as baterias eram do tipo chumbo-ácido, num total de 10 unidades. Três baterias ficavam na frente, duas atrás dos bancos e mais cinco na traseira. Sua velocidade máxima era de 50 km/h, com autonomia entre 60 e 80 km. A recarga era feita por meio de uma tomada convencional na frente do carro e demorava 10 horas. 

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Ficha técnica do Gurgel Itaipu E150:

- Motor: central, longitudinal, elétrico de 3.000 watts/120 volts e 4,2 cv, com enrolamento de campo em série e paralelo.

- Transmissão: caixa de engrenagens de  1 velocidade.

- Baterias: 10 de 12 volts cada, ligadas em série.

- Carroceria: monovolume, 2 portas, 2 lugares.

- Dimensões: comprimento, 265 cm; largura, 140 cm; altura, 145 cm; entreeixos, 162 cm.

- Peso estimado: 780 kg.

- Suspensão: independente, tipo McPherson, molas helicoidais e amortecedores (dianteira); barras de torção e amortecedores (traseira).

- Freios: a tambor com acionamento hidráulico.

- Direção: pinhão e cremalheira.

- Rodas e pneus: magnésio, aro 13 e tala de 6 polegadas; pneus 165X13.

(Acervo "Revista Quatro Rodas").

 

 

 

(Acervo "SBT Sistema Brasileiro de Televisão").

 

 

 

 

> Gurgel E-400: apresentado em 1981 o Gurgel E-400 era um veículo de serviço com linhas futuristas, disponível em três versões: picape cabine simples, picape cabine dupla e furgão de carga.

O E400 foi desenvolvido pela Gurgel para atender um desafio proposto pela Eletrobras para renovação de sua frota: os interessados deveriam criar um veículo capaz de transportar 250 kg, ter autonomia mínima de 65 km e velocidade máxima entre 50 e 60 km/h. Enquanto o consumo oscilava entre 0,27 e 0,35 kWh/km, o nome E-400 fazia referência à capacidade de carga de 400 kg e sua autonomia era de 80 km.

O rendimento impressionou o presidente da República da época, o Sr. João Figueiredo e também os demais gestores governamentais, que encomendaram vários Gurgel Itaipu E-400 para frotas estatais de companhias de energia elétrica e de telefonia. Entre os clientes privados estavam o Banco Itaú, a Companhia de Cigarros Souza Cruz e o empresário Nicolau Scarpa Jr.

O Gurgel E-400 era movido por um motor Villares acoplado a um câmbio VW de quatro marchas. O pedal do acelerador comandava cinco cames para dosar a tensão das oito baterias do tipo chumbo--ácido fornecidas pela C&D, variando de 30 volts no primeiro estágio até 96 volts no último, sempre alternando a corrente ao colocar as baterias em paralelo ou em série. O motor de corrente contínua tinha potência nominal de 10 kW (13,6 cv) a 3.000 rpm.

Cada bateria pesava cerca de 80 kg, o que significava mais de 1/3 da massa total do E-400. O carregador das baterias era fornecido pela Thornton Eletrônica e levava cerca de oito horas para atingir sua carga total.


Assim como o Itaipú, o E-400 não teve sucesso, devido ao alto custo das baterias, seu baixo rendimento e vida útil curta. Fatos estes que desestimularam na época a produção do carro elétrico não só no Brasil mas também no restante do mundo.

Ficha Técnica – Gurgel Itaipu E-400 1982:
- Motor: elétrico de 96 volts, alimentado por 8 baterias de 12 volts, tipo chumbo-ácido; potência, 10 kW a 3.000 rpm.
- Câmbio: manual de 4 marchas, tração traseira.
- Dimensões: comprimento, 382 cm; largura, 163 cm; altura, 164 cm; entre-eixos, 196 cm; peso, 1.570 kg.
- Pneus: radiais 175/70 SR 13.

 

(Acervo "Revista Quatro Rodas").

 

 

 

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