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Trólebus Brasileiro

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A TRANSERP – Empresa de Transporte Urbano de Ribeirão Preto S/A, empresa de economia mista, foi criada em 1.980 para atender aos seguintes objetivos:

 

- planejar o sistema municipal de transporte público de passageiros e exercer atribuições inerentes à concessionária dos serviços de transporte coletivo urbano, dentre os quais a outorga de permissões, a coordenação e a fiscalização das empresas operadoras, e a proposição política e tarifária relativa aos serviços.

 

- desenvolver e implantar o “Programa Piloto de Trólebus”, viabilizado financeiramente através de convênio firmado entre o Ministério dos Transportes e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, com a interveniência da Empresa Brasileira de Transportes Urbanos – EBTU.

 

 

No período entre 1.982 e 1.999 a operação e manutenção do sistema trólebus ficou a cargo da própria TRANSERP, que a partir de 1.992, iniciou também a operação com frota diesel. A desativação do sistema ocorreu no dia 03/07/1.999, quando a frota diesel da empresa também foi desativada.

Atualmente, a TRANSERP continua exercendo suas funções de gestora, no que diz respeito a planejamento do transporte, permissões, coordenação e fiscalização de operadoras e a proposição política e tarifária relativa aos serviços.

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Fachada atual da Transerp, na Rua General Cãmara.

(Fonte: Google Earth - acesso em 18/07/2019).

REDE BÁSICA DE TRÓLEBUS

A operação de trólebus na cidade de Ribeirão Preto teve início no ano de 1.982, quando foi inaugurada a primeira linha, no bairro Jardim Presidente Dutra.

Em 1.983 foi inaugurado o segundo corredor, passando pelo bairro Jardim Independência. O terceiro corredor - Vila Virgínia, foi inaugurado em 1.984.

Até o ano de 1.988, estavam em operação três linhas, num total de 35,6 km. Neste mesmo ano foi inaugurado o Terminal Carlos Gomes, no centro da cidade, onde passou a ser feita a integração entre a frota da TRANSERP e a de outras empresas operadoras. Até a construção deste terminal, os trólebus utilizavam o Terminal Antonio Achê, próximo à rodoviária.

De 1.988 a 1.994 outras duas linhas foram inauguradas, abrangendo a região do Hospital das Clínicas (1.988) e do bairro Iguatemi (1.992). As cinco linhas somavam uma extensão de 45,2 km.

Em 1.995, com a chegada dos trólebus à região do Fórum, a empresa possuía seis linhas, numa extensão de 58 km.

   

A partir de 1.996 foram desativados 20,9 km do total das linhas, incluindo a região da Vila Virgínia e o terminal Antonio Achê, devido a problemas na rede elétrica. Conseqüentemente, este terminal passou a operar somente com ônibus diesel.

Em 1.997 foram realizados estudos pela TRANSERP, juntamente com a Prefeitura Municipal, para a criação de um novo sistema de integração ônibus-trólebus, com as outras empresas operadoras do transporte. A idéia seria desativar os trólebus no centro da cidade, dividindo suas linhas em duas partes: uma delas circularia ao redor do centro, enquanto a outra, ao redor da cidade. As linhas de ônibus diesel então cruzariam o centro em linhas radiais, integrando-se aos trólebus. Os antigos terminais também seriam desativados, e novos terminais de integração seriam construídos. Entretanto, até julho/1.999 as linhas de trólebus permaneceram estáveis, alcançando os bairros Jardim Independência, Presidente Dutra, Centro e as regiões do Hospital das Clínicas e Fórum, quando foram desativadas.

 

 

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Trólebus prefixo 1022 no Terminal Carlos Gomes - década de 1980.

(Foto: Jorge Françozo de Moraes, disponível em http://sckl.multiply.com/photos/album/16/16?&show_interstitial=1u=%2Fphotos%2Falbum#phot

o=2).

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(Acervo Revista "Transporte Moderno").

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Terminal Carlos Gomes - década de 1980.

(Fonte: https://www.facebook.com/lucdasilvaguimaraes).

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Terminal Carlos Gomes - década de 1990.

(Fonte: revista “Revide” Ribeirão Preto).

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Trólebus prefixo 1019 saindo do Terminal Carlos Gomes, em 1.999.

(Fonte: http://ehgarde.planetaclix.pt/trolleybus/rpm2.htm).

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Trólebus no Corredor Presidente Dutra, no final dos anos 1980.

(Fonte: http://ehgarde.planetaclix.pt/trolleybus/rpm1.htm).

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Detalhe do trólebus "lotado"  prefixo 1020, em 1.999, na Rua Martinico Prado, indo em direção ao centro da cidade.

(Fonte: http://ehgarde.planetaclix.pt/trolleybus/rpm3.htm).

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Trólebus na linha "Fórum".

(Foto: Jorge Françozo de Moraes).

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Trólebus prefixo 1002 no Terminal Carlos Gomes, em 1.999.

(Fonte: http://ehgarde.planetaclix.pt/trolleybus/rpm2.htm).

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Trólebus  prefixo 1022 na Rua  Américo  Brasiliense, em 1.999, defronte a Praça das Bandeiras.

(Fonte: http://ehgarde.planetaclix.pt/trolleybus/rpm3.htm).

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Trólebus no Corredor Presidente Dutra na década de 1980.

(Fonte: Revista "Transporte Moderno").

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Trólebus na linha "Hospital das Clínicas".

(Foto: Jorge Françozo de Moraes, disponível em http://sckl.multiply.com/photos/album/16/16?&show_interstitial=1&u=%2Fphotos%2Falbum#ph

oto=1).

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O  mapa  das  linhas   de   trólebus   da   cidade   de   Ribeirão   Preto - 1997.

Clique na imagem acima para ampliar.

(Fonte: acervo ANTP Associação Nacional dos Transportes Públicos).

Após a desativação do sistema, em julho/1.999, as linhas da TRANSERP foram transferidas à iniciativa privada, mediante aprovação da “Lei de Modernização do Transporte Urbano de Ribeirão Preto”, pela Câmara Municipal, alterando o inciso 2º do artigo 163 da Lei Orgânica do Município. As linhas operadas pela TRANSERP foram divididas entre as três permissionárias que faziam o transporte urbano à época na cidade. A divisão seguiu um critério regional, considerando as áreas de atuação das empresas. Sendo assim a Rápido d'Oeste ficou as linhas da Vila Virgínia e Hospital das Clínicas; a Andorinha com as linhas Jardim Presidente Dutra, Independência e Sumarezinho; a Trascorp com Iguatemi e Fórum.

O processo de privatização do transporte coletivo de Ribeirão Preto visou eliminar os prejuízos da TRANSERP, que giravam em torno de R$ 145 mil/mês. A dívida foi estimada em R$ 7 milhões (1.997). Segundo o superintendente da empresa na época, a concessão das linhas era o único caminho para que a mesma saísse do endividamento. Para a renovação da frota e reorganização da TRANSERP seriam necessários R$ 16 milhões, a serem desembolsados pela prefeitura.

Apesar de representar somente 10 % do total de linhas que atuavam na cidade, os antigos itinerários da TRANSERP eram considerados os mais rentáveis de todo o sistema de transporte urbano de Ribeirão Preto. Do total de 4,5 milhões de passageiros que utilizavam mensalmente o transporte coletivo da cidade quase 20 % (cerca de 800 mil pessoas) eram usuários da TRANSERP. O faturamento mensal de R$ 700 mil (dos quais 70 % destinados à folha de pagamento) foi dividido igualmente entre as permissionárias.

Finalmente, em abril/2.000, a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto realizou uma das mudanças mais profundas no transporte coletivo da cidade, desativando o terminal Antonio Achê. Os ônibus passaram então a utilizar pontos instalados tanto no interior quanto nas imediações da estação rodoviária. No local do antigo terminal foi construído um Centro Popular de Compras, abrigando o comércio informal da região central da cidade.

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Terminal  Antonio  Achê,   após a  desativação  do sistema trólebus na cidade de Ribeirão Preto.

(Fonte: revista “Revide”).

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Placa  informativa  sobre os bilhetes magnéticos,  ainda  presente em diversos pontos da antiga rede de trólebus. (Avenida Cavalheiro P. Innechi, em outubro/2.005).

(Foto: Marco A. G. Brandemarte).

REDE AÉREA

Até o ano de 1.988, a empresa possuía 42,6 km de rede aérea, abrangendo as três linhas em operação.

De 1.988 a 1.994  com a criação de duas  novas linhas e a inauguração do Terminal Carlos Gomes, somavam-se 53,4 km de rede (bifilar simples).

 

Em 1.995, seis linhas estavam em operação. A rede aérea já somava 76 km. A extensão em percurso não-remunerado correspondia 18 km de rede (acesso e interior da garagem, além do pátio de estacionamento e teste dos trólebus). Dos 9 km de extensão previstos, 8 km foram instalados. Todas as quatro subestações retificadoras estavam em operação, somando-se 3.000 kW de potência disponível.

Com a desativação do trecho da Vila Virgínia em 1.996, a rede aérea compreendia 61,2 km em operação. O trecho sem remuneração compreendia 20 km de rede. Estavam previstos mais 11,5 km de rede em expansão, porém não foram instalados.

Em 1.997 haviam 63,7 km de rede em operação. Os 9 km previstos para expansão neste ano também não foram instalados. Das quatro subestações existentes, uma foi desativada (1.996), somando-se 3.750 kW de potência disponíveis e 1.250 kW desativados.

Toda esta infra-estrutura foi desenvolvida pela própria engenharia da empresa, responsável também pelo seu controle e manutenção. A rede aérea representava o maior patrimônio da TRANSERP, sendo avaliada em R$ 15 milhões, em 1.997.

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Detalhe da complexa rede aérea, no terminal Carlos Gomes.

(Foto: Jorge Françozo de Moraes, disponível em http://sckl.multiply.com/photos/album/16/16?&show_innterstitial

=1&u=%2Fphotos%2Falbum#photo=3).

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Comando central da subestação retificadora do bairro Ipiranga.

(Foto: Marco A. G. Brandemarte).

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Postes alimentadores da rede aérea, ainda presentes nas ruas da cidade. (Avenida Cavalheiro P. Innechi, em outubro/2.005).

(Foto: Marco A. G. Brandemarte).

Fonte de Pesquisa:

 

- Artigo “Adeus, Trólebus” (http://ehgarde.no.sapo.pt/trolleybus/trolebusRPfim.htm).

- Artigo “Antonio Duarte Nogueira” (http://grau33.com.br/grandes-macons/antonio-duarte-nogueira/).

- Caderno “Revide Economia” (revista “Revide”, no 124).

- Fascículo no 20 “Transporte – Ribeirão Preto” (revista “Revide” no 136).

- Fascículo no 26 “Prefeitos – Ribeirão Preto” (revista “Revide” no 142).

- “Revista dos Transportes Públicos” (ano 19, 1.996, 4° trimestre), publicado pela ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos: artigo “Trólebus – As Fases da Implantação do Sistema no Brasil”, de autoria de Jorge Françozo de Moraes.

- “Síntese Internacional Física e Operacional – Trólebus” (1.995), publicada pela ANTP – Associação Nacional dos Transportes Públicos.

- “Bienário Internacional – Trólebus” (1.996/1.997), publicado pela ANTP – Associação Nacional dos Transportes Públicos.

​- “Manual de Operação” – Frota TRANSERP, publicado pela TRANSERP.

- Relatório de Visita à TRANSERP (MAGB – 1.997).

- Contatos com a TRANSERP (Diretoria Superintendente, Gerência de Operações e Gerência de Manutenção) - 1.997.

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