Trólebus & Veículos Elétricos Brasileiros
Fabricantes: CAIO Induscar
Um dos usos mais originais do modelo “Fita Azul” foi como "papa-filas" em 1955, sendo o protótipo construído sobre chassi Trivelatto. Em 1956 foi testado no Rio de Janeiro e também fornecido à CMTC de São Paulo, numa série de 50 unidades. O veículo foi uma tentativa "improvisada" para solução da grave crise de transporte de passageiros que ambas cidades estavam enfrentando. A produção em série para a CMTC foi equipada com semi-reboque Massari encarroçado como ônibus pela CAIO, tracionado por um cavalo-mecânico FNM. Com capacidade para 60 passageiros sentados e 140 de pé, o "papa-filas" era tido como o maior veículo para transporte coletivo construído na América do Sul. O conjunto entretanto era desconfortável, lento e de manejo urbano extremamente difícil, levando ao seu abandono em apenas três anos. Outras cidades como Santos e São Bernardo do Campo também utilizaram o 'papa-filas" por algum tempo, tracionados por cavalos Mercedes ou Volvo.
Em 1956 com a inauguração da fábrica da Mercedes-Benz no Brasil a Caio se utiliza amplamente do chassi do caminhão L-312 para a montagem de lotações, sendo posteriormente substituído pelo primeiro chassi brasileiro para ônibus urbano com posto de comando avançado, o modelo LP-321. A relação da Caio com a Mercedes-Benz se estende inclusive ao fornecimento das primeiras cabines para os novos caminhões da marca, fabricadas à razão de 30 unidades diárias.

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Os famosos "papa-filas" CAIO:
1-Protótipo com chassi Trivelatto e cavalo mecânico alemão Büssing (Acervo "Automóveis e Acessórios");
2-Com chassi Massari e cavalo FNM - CMTC de São Paulo (Acervo "São Paulo Antiga");
3-Com chassi Massari e cavalo Mercedes-Benz LP-312 de 1957 - Viação Santos-São Vicente (Acervo site Lexicar);
4-Com chassi Massari e cavalo Volvo sueco de 1954 - Santos/SP (Acervo Ivonaldo Holanda de Almeida).


Em 1960 a Caio lançou o modelo Bossa Nova com janelas largas, vidros deslizantes e para-brisas panorâmicos. Com ele a empresa definitivamente abandonava os para-brisas planos e a sequência de pequenas janelas quadradas de guilhotina nas laterais. Esta foi a primeira carroceria dita “tubular” da empresa (feita com chapas estampadas em duplo U). Inicialmente fabricado com colunas verticais, logo o modelo Bossa Nova assumiria colunas inclinadas, acompanhando o estilo atual da época.
O CAIO "Fita Azul" em anúncio de 1958.
(Acervo Jorge A. Ferreira Júnior).
O CAIO "Fita Azul" 1959 da empresa paulistana 9 de Julho sobre chassi Mercedes-Benz LP-321 nacional.
(Acervo Jorge A. Ferreira Júnior).

O CAIO "Bossa Nova" com chassi Mercedes LP e os pioneiros José Oger e os filhos Affonso e Clowis, fundadores do Expresso Itamarati de São José do Rio Preto/SP.
(Acervo Expresso Itamarari).


O CAIO "Bossa Nova" em sua última versão - Empresa Única.
(Acervo Alexsandro Farias Barros).
Anúncio da CAIO com seu modelo "Bossa Nova" lotação sobre chassi Ford F-600.
(Acervo site Lexicar).
Com base nos componentes do Bossa Nova a Caio também projetou um modelo rodoviário, o Papa-Léguas, imponente carroceria monobloco com mecânica GM Coach, montada em plataforma com motor traseiro construída pela própria Caio. O ônibus foi produzido a pedido do Expresso Brasileiro, uma das maiores operadora de transporte rodoviário até então, com o objetivo de dar sobrevida à sua frota de ônibus norte-americanos GM ODC-210, cuja estrutura já exigia intervenções mais profundas.
O Bossa Nova também serviu de base para a fabricação dos primeiros trólebus Caio, fornecidos no início da década de 1960 para as cidades de Araraquara e Recife.
Anúncio de lançamento de 1959 do modelo rodoviário "Papa-Léguas" da CAIO - clique para ampliar.
(Acervo CAIO).

O rodoviário "Papa-Léguas" do Expresso Brasileiro, com carroceria e plataforma CAIO e mecânica GM Coach.
(Acervo CAIO).

Trólebus Caio-FNM-Ansaldo - CTA Araraquara/SP.
(Fonte: site Lexicar).

Trólebus Caio-FNM-Villares - CTU Recife/PE.
(Fonte: site Lexicar).

Folder de promoção do trólebus "Caio-Villares", publicado pela Caio.
(Acervo CAIO).
Em 1963 foi lançado o modelo urbano Jaraguá, com maior área envidraçada e estilo mais leve e moderno para a época. Em 1965 o modelo Jaraguá II ganhou nova grade dianteira e quatro faróis, com grande sucesso de vendas da marca.
Anúncio de lançamento de 1963 do modelo rodoviário "Jaraguá" da CAIO- clique para ampliar.
(Acervo CAIO).

CAIO Jaraguá rodoviário, conhecido como "Milionário", sobre chassi Scania - Impala Auto Ônibus de São Paulo.
(Acervo site Lexicar).

CAIO Jaraguá II 1966 urbano sobre chassi Mercedes-Benz LPO.
(Acervo site Lexicar).
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