A História do Sistema Trólebus no Brasil
5 - Histórico e Características dos Trólebus de Quinta Geração:
Nesta fase as indústrias automotivas tradicionais continuam participando da produção dos veículos, do tipo monobloco ou encarroçados. Novas indústrias começam também a atuar no setor. Sendo assim, em 2003 o consórcio Metra, de São Paulo (corredor ABD) montou vinte e um trólebus, do tipo monobloco, fabricado pela Busscar, com eixos húngaros. Nestes veículos foram reaproveitados alguns componentes, incluindo os motores de tração "Engesa", retirados dos antigos trólebus Cobrasma, os quais foram sendo desativados gradativamente. O sistema de tração, do tipo IGBT, foi fornecido pela Eletra. Um outro veículo com a mesma carroceria, porém com chassi Mercedes-Benz também foi montado neste mesmo ano, para o mesmo consórcio, tendo posteriormente substituída toda a sua parte de tração, por um sistema de corrente alternada (inversor Eletra). Os carros com chassi Busscar/HVR foram aos poucos sendo desativados a partir de 2022; o exemplar com chassi Mercedes ainda encontra-se operacional.
Trólebus de piso baixo Busscar / Eletra - Metra.
(Fonte: http://spbusmetropolitano.blogspot.com/2008/08/trlebus-articulado-marcopolo.html).
Trólebus de piso baixo Mercedes-Benz / Busscar / Eletra - Metra.
(Fonte: http://www.railbuss.com.br/onibus/galeria/displayimage.php?pos=-13335).
Entre 2.007 e 2.009, a Himalaia Transportes, de São Paulo, iniciou a compra de novos trólebus com piso baixo, equipados com estrutura monobloco Busscar, e sistema de tração Weg, de corrente alternada. São fornecidas 11 unidades.
Trólebus Busscar/Weg - Himalaia Transportes.
(Fonte: http://fotolog.terra.com.br/busologossa).
Em 2008, dois trólebus de piso baixo foram encomendados pelo consórcio Metra, com chassi Mercedes-Benz, Carroceria Caio Millenium e sistema de tração Eletra, de corrente alternada. Um deles foi cedido à Himalaia Transportes, de São Paulo, sendo posteriormente devolvido, não sendo aprovado pela SP Trans.
Trólebus Mercedes-Benz/Caio/Eletra prefixo 7400 - Metra.
(Fonte: http://onibusbrasil.com/adamobazani/12060/).
Trólebus Mercedes-Benz/Caio/Eletra prefixo 7401 - Metra.
(Fonte: https://onibusbrasil.com/dalmopereiracosta/809290).
Em 2009 foi entregue à Himalaia Transportes um veículo com chassi Tuttotransporti, carroceria Ibrava, motor de tração/inversor Weg de corrente alternada e sistema auxiliar fabricado pela Iluminatti, com diversas inovações, como por exemplo os sistemas de monitoramento da carroceria e de interface homem-máquina. Após testes, o veículo foi incorporado à frota da empresa. Este veículo também possui piso baixo.
Ainda em 2009 foi entregue à Metra o terceiro trólebus de piso baixo com chassi Mercedes-Benz, Carroceria Caio Millenium e sistema de tração Eletra, de corrente alternada.
Trólebus Tuttotransporti/Ibrava/Weg/Iluminatti - Himalaia Transportes.
(Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_5uo63jc96U0/TIv8gzJVn_I/AAAAAAA
ARj0/3Xnyj68NAec/s1600/Ibrava_urb_trolebus_himalaia_01.jpg).
Trólebus Mercedes-Benz/Caio/Eletra - Metra.
(Fonte: http://www.revistaportaldoonibus.com.br/bancodeimagem/displayima
ge.php?album=340&pid=12762.
Em 2011 o consórcio Metra, de São Bernardo do Campo (SP) repete a proeza da CMTC, que em 1971 converteu um ônibus diesel Margirius-Deutz com carroceria Striulli para trólebus. Sendo assim, dois ônibus articulados com chassi Volvo B10M EDC e carroceria Busscar Urbanuss Pluss foram convertidos para trólebus, com equipamentos eletrônicos Weg/Eletra, em corrente alternada. Estes receberam os prefixos 8150 e 8151.
Neste mesmo ano foram montados dois trólebus equipados com chassi Scania de 15 metros, piso baixo e terceiro eixo direcional. Foram encarroçados pela Caio, com sistema de propulsão Eletra. É importante ressaltar o retorno das duas montadoras - Scania e Caio - na produção de trólebus, após 26 anos ausentes no setor. Uma unidade foi para a Himalaia e a outra para o consórcio Metra (este último equipado com um sistema autônomo de baterias).
Por fim foram fornecidos ainda novos trólebus à Ambiental Trans (ex-Himalaia Transportes), de São Paulo, a fim de renovar a frota circulante na capital do estado. Estes possuem chassi Mercedes-Benz (O 500 U), carroceria Caio e eletrônica Eletra, corrente alternada. Foram produzidas 79 unidades, sendo o protótipo com carroceria Caio Millennium II e os demais com a carroceria Caio Millennium III.
Trólebus Volvo/Busscar/Eletra, prefixo 8150.
(Fonte: http://www.revistaportaldoonibus.com.br/ban
codeimagem/displayimage.php?album=searchcat=0&
pid=8939#top_display_media).
Trólebus Scania/Caio/Eletra, pertencente à frota da Ambiental Trans, de São Paulo. Este veículo é equipado com piso baixo e chassi de 15 metros, com terceiro eixo direcional (Scania K270UB).
(Fonte: https://onibusbrasil.com/marcelosant
os1/3150663).
Trólebus Scania/Caio/Eletra, pertencentes à frota do consórcio Metra, de São Paulo. Este veículo é equipado com piso baixo e chassi de 15 metros, com terceiro eixo direcional (Scania K270UB).
(Fonte: https://onibusbrasil.com/brollobus/2700741).
Trólebus Mercedes-Benz/Caio/Eletra, entregue à Ambiental Trans, de São Paulo - SP (protótipo).
(Fonte: https://onibusbrasil.com/dalmopereiracosta/2153340).
Em 2012 novamente o consórcio Metra, de São Bernardo do Campo (SP) converte mais quatro ônibus articulados com chassi Volvo B10M EDC e carroceria Busscar Urbanuss Pluss em trólebus, com equipamentos eletrônicos Weg/Eletra, em corrente alternada. Estes recebem prefixos de 8152 a 8155.
Ainda neste ano o consórcio recebe um novo trólebus articulado, com chassi Mercedes-Benz O500UA, carroceria Caio Millennium III e eletrônica Weg/Eletra, em corrente alternada.
Por fim a Ambiental Trans de São Paulo recebe o primeiro trólebus "BRT " (Bus Rapid Transit) construído no Brasil, com chassi Scania K 270 UB, equipado com três eixos (sendo o primeiro e o terceiro direcionais), carroceria Caio Millenium 3 "BRT " e sistema de tração Eletra, possuindo ainda piso baixo. São produzidas 99 unidades.
Trólebus Volvo/Busscar/Eletra, prefixo 8152.
(Fonte: http://onibusbrasil.com/foto/1226113/empr
esa).
Trólebus Volvo/Busscar/Eletra, prefixo 8155.
(Fonte: https://onibusbrasil.com/juliometra/18712
15),
Trólebus Volvo/Busscar/Eletra, prefixo 8153.
(Fonte: https://onibusbrasil.com/adamobazani/14
29060).
Trólebus Mercedes-Benz/Caio/Eletra, prefixo 8160.
(Fonte: https://onibusbrasil.com/dalmopereiracost
a/2100464).
Trólebus Volvo/Busscar/Eletra, prefixo 8154.
(Fonte: https://onibusbrasil.com/leandrocarneiro/1
751128).
Trólebus Scania/Caio/Eletra - BRT.
(Fonte: https://onibusbrasil.com/eduardosambaiba/2033560).
Em 2013 surge um fabricante inédito de chassis para trólebus: o grupo MAN-Volkswagen fornece dez chassis, equipados com carroceria Caio Millennium BRT, motor Weg e sistema de tração Eletra para o sistema de São Paulo-SP.
Entre 2013 e 2016 o consórcio Metra recebe mais trinta unidades de trólebus articulados, com chassi Mercedes-Benz O500UA, carroceria Caio Millennium BRT e eletrônica Weg/Eletra, em corrente alternada.
Trólebus MAN-Volkswagen com carroceria Caio Millennium BRT, motor Weg e sistema de tração Eletra - São Paulo-SP.
(Fonte: https://www.caminhoes-e-carretas.com/2014/02/trolebus-volksbus-comecam-operar-em-sao.html).
Trólebus articulado com chassi Mercedes-Benz O500UA, carroceria Caio Millennium BRT e eletrônica Weg/Eletra - consórcio Metra-SP.
(Fonte: https://onibusbrasil.com/guilhermeestevan/5374974).
Em 2022 surge uma nova tecnologia brasileira, já em uso no exterior - o "eTrol": um ônibus elétrico com características de trólebus e inédito sistema de recarga das baterias. O veículo tanto pode circular conectado à fiação aérea quanto utilizando a energia do banco de baterias. A rede aérea, por sua vez, recarrega as baterias durante a operação. Desta forma, o "eTrol" pode circular continuamente e sem contato externo por longos trechos do trajeto, dispensando a recarga nas garagens no final do dia. O sistema elétrico do "eTrol" também pode ser alimentado por recargas de oportunidade durante o percurso.
A solução tecnológica do "eTrol" permite economia nos custos de infraestrutura centralizada de recarga de baterias nas garagens e também na fiação aérea, que pode ser instalada apenas em alguns trechos do percurso. O "eTrol" tem 21,5 metros de comprimento e capacidade para 146 passageiros (60 sentados e 85 em pé, mais espaço para uma pessoa em cadeira de rodas ou com cão-guia). O modelo será utilizado inicialmente no corredor BRT-ABC que vai ligar São Bernardo do Campo, Santo André e São Caetano do Sul, no ABC Paulista, aos terminais Tamanduateí e Sacomã, na zona sudeste da cidade de São Paulo. O projeto inicial prevê 17,3 km de extensão e 82 veículos deste tipo à disposição.
O protótipo "eTrol" na fábrica da Eletra em São Bernardo do Campo/SP.
(Fonte: acervo Eletra).
Em 2024 a Next Mobilidade, operadora do corredor ABD Paulista, iniciou a conversão de 10 ônibus diesel articulados para trólebus, serviço este que vem sendo executado pela Eletra. As poucas informações que temos foram retiradas das redes sociais, conforme abaixo. Além disso a Next encomendou à Eletra 10 novos trólebus articulados de 21.5 metros com maior capacidade de transporte de passageiros.
Um dos trólebus articulados, ex-diesel prefixo 8210 da Next.
(Fonte: Instagram @anonimobus).
Um dos trólebus articulados, ex-diesel da Next.
(Fonte: Instagram @abcbus2024).
Um dos trólebus articulados, ex-diesel prefixo 8204 da Next.
(Fonte: Instagram @anonimobus).
Os trólebus de quinta geração começaram a ser produzidos a partir de 2003. São do tipo monobloco, ou apresentam chassis com suspensão a ar, de dois ou três eixos (este último com terceiro eixo direcional). A carroceria apresenta circuladores de ar ou ar-condicionado, porém de maior comprimento, não seguindo mais as dimensões do Padron II. O piso do veículo é mais baixo que o convencional, facilitando o embarque dos passageiros. Como novidade nesta geração temos também a presença do sistema "BRT" empregado nos trólebus brasileiros.
O sistema de controle de tração é do tipo “chopper a IGBT” (corrente contínua) ou "inversor IGBT" (corrente alternada). A utilização do motor elétrico de tração de corrente alternada traz diversas vantagens ao veículo, como por exemplo a facilidade em se encontrar peças de reposição, já que é um tipo de motor fabricado em série – diferentemente do motor a corrente contínua, que é produzido de forma quase que artesanal, manualmente. Uma outra característica deste sistema permite que a eletricidade que não é usada para a tração ou gerenciamento retorne para a rede aérea, situação que não ocorre nos veículos com motores de corrente contínua.
Para alimentar e controlar um motor de corrente alternada é utilizado um inversor, dispositivo que converte a tensão contínua em alternada. O equipamento gera uma tensão alternada controlando a amplitude (tensão) e a freqüência. Na partida do motor, a tensão é mínima assim como a freqüência e, a medida que o inversor vai aumentando a tensão/freqüência no motor, este começa a ganhar velocidade.
Inversor Eletra corrente alternada e motor de tração Weg corrente alternada.
(Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/1241869/).
Fonte de Pesquisa:
- “Eletra entrega 27 trólebus para a prefeitura de São Paulo, Hoje” (http://www.inteligemcia.com.br/59296/2012/01/23/eletra-entrega-27-trolebus-para-a-prefeitura-de-sao-paulo-hoje/).
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Metra (maio/2018).
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%C3%B3lebus_de_S%C3%A3o_Paulo (maio/2018).
- “Revista AutoBus" - http://www.revistaautobus.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=60:corredor-metropolitano-adota-tecnologia-diferen
cial-em-trolebus&catid=38:novidades&Itemid=56.