O Senhor é o meu pastor, nada me faltará. Ainda que eu atravesse o vale da sombra da morte, não temerei mal algum, pois Tu estás comigo.
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Coluna FALA GALESI !!!

Espaço dedicado ao jornalista e especialista em transportes Marcos Galesi.
Confira aqui seus artigos em defesa do Trólebus Brasileiro.
MTB 0083846/SP

⚡ O TRÓLEBUS: O FUTURO QUE SÃO PAULO JÁ TEM, MAS INSISTE EM IGNORAR
21/11/2025
Durante décadas, São Paulo construiu silenciosamente um patrimônio tecnológico e ambiental que poucas cidades do mundo possuem: um sistema de trólebus consolidado, operante e eficiente.
Ainda assim, o poder público e parte da opinião técnica tratam esse sistema como um vestígio do passado — quando, na verdade, ele é a solução mais madura, econômica e sustentável para o futuro da mobilidade elétrica urbana.
🏙️ Um sistema que nasceu antes da moda dos elétricos:
Muito antes de se falar em ônibus elétricos importados, São Paulo já movia seus trólebus com energia limpa, baixa emissão sonora e altíssima eficiência energética.
A cidade possui infraestrutura instalada, subestações, rede aérea, garagens equipadas e profissionais capacitados.
Trata-se de um patrimônio técnico e operacional que seria inconcebível abandonar — principalmente num momento em que o mundo inteiro corre para eletrificar suas frotas.
⚙️ Eficiência que o marketing não mostra:
O trólebus é o único veículo elétrico com alimentação contínua, sem necessidade de baterias caras, poluentes e de curta vida útil.
A energia vem diretamente da rede, o que significa consumo estável, manutenção previsível e custo operacional muito menor.
Enquanto os elétricos a bateria passam horas recarregando, o trólebus nunca para.
E mais: os modelos modernos já contam com baterias auxiliares, que lhes permitem circular fora da rede sempre que necessário — unindo o melhor dos dois mundos.
🌿 Mobilidade elétrica de verdade, não de marketing:
Há quem defenda que o futuro está nos “ônibus elétricos 100% a bateria”.
Mas o discurso ignora que essas baterias têm impacto ambiental na produção e descarte, peso elevado, alto custo de reposição e autonomia limitada.
Enquanto isso, o trólebus, com mais de 70 anos de operação em São Paulo, segue ecologicamente limpo, tecnicamente robusto e comprovadamente econômico.
Não é promessa: é realidade.
💰 Investimento que já foi feito — e que dá retorno:
O sistema trólebus é um ativo público estratégico. Sua infraestrutura já existe e pode ser modernizada a custos muito menores do que implantar redes de recarga por toda a cidade.
Abandonar o trólebus seria jogar fora décadas de investimento público, conhecimento técnico e credibilidade ambiental.
🔌 A cidade precisa de coerência:
É incoerente ver governos anunciarem metas “verdes” enquanto reduzem a rede trólebus.
Se São Paulo deseja realmente ser referência em mobilidade sustentável, o caminho não é recomeçar do zero, mas valorizar o que já funciona — e o trólebus funciona.
⚡ Conclusão provocante:
O trólebus é o futuro que já está pronto, mas poucos querem enxergar.
São Paulo não precisa “importar” soluções; precisa reconhecer o valor do que criou.
A cidade que ousou construir o maior sistema elétrico sobre pneus da América Latina não pode agora se render ao esquecimento.
> Porque o verdadeiro atraso não é ter trólebus: é abandoná-los em nome de modismos disfarçados de inovação.
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COP 30 e São Paulo: a cidade que esqueceu o fio da própria história
13/11/2025
Em pleno desenrolar da COP 30, que acontece em Belém do Pará, o mundo discute metas climáticas, mobilidade sustentável e redução de emissões. São Paulo, porém, deveria estar sendo citada como exemplo de liderança na eletromobilidade, mas, ironicamente, tornou-se um retrato de como a falta de continuidade administrativa e o imediatismo político podem travar o futuro de uma cidade.
Já fomos vanguarda. A capital paulista possuía uma das maiores redes de bondes elétricos do mundo, o histórico trem da Cantareira e, mais tarde, o visionário Sistram, idealizado pelo saudoso Adriano Murgel Branco , um projeto que só parcialmente saiu do papel, vítimas da vaidade política e da falta de continuidade entre administrações.
Cada prefeito quis deixar “a sua marca”, interrompendo o trabalho anterior e enterrando boas ideias sob o asfalto das disputas partidárias. Em vez de uma cidade planejada com visão técnica, prevaleceu o imediatismo eleitoreiro, que valoriza obras de impacto rápido e discursos fáceis. Assim, São Paulo retrocedeu, e o fio da sua história elétrica foi desconectado.

Agora, enquanto líderes mundiais debatem soluções para o clima, São Paulo poderia estar mostrando ao planeta o poder da sua rede elétrica de trólebus, uma herança viva de eficiência e sustentabilidade. Mas, sem integração, incentivo e expansão, até esse símbolo de mobilidade limpa corre risco de ser apagado pela indiferença política.
A COP 30 deveria servir como um espelho incômodo: o mundo está avançando, e São Paulo parece olhar pelo retrovisor. Que esse evento inspire um novo começo, um chamado à responsabilidade, à técnica e à continuidade. Porque o futuro da mobilidade não se constrói com promessas, e sim com coragem para religar os fios do passado ao amanhã.
🚎 O arrependimento que veio em silêncio: cidades que desligaram seus trólebus e depois quiseram reativá los de novo
28/10/2025
Durante décadas, o fio elétrico sobre as avenidas foi visto como símbolo do passado. Prefeitos e gestores correram para arrancar os cabos, vender as subestações e encher as garagens de diesel. O discurso era o mesmo: “modernização”.
Mas o tempo, e o preço do combustível, tratou de mostrar quem realmente estava certo.
Hoje, várias cidades que abandonaram os trólebus voltaram atrás, literalmente reinstalando redes e comprando novos veículos. E não por nostalgia, mas por eficiência, energia limpa e custos operacionais menores.

Trólebus articulado Solaris Trolino 18 em Roma.
(Acervo página "Flickr" / Kim L).
🚎 Por que o Brasil ficou para trás em tecnologias como o trólebus IMC?
31/10/2025
Enquanto cidades da Europa e da Ásia modernizam seus corredores elétricos com eficiência e planejamento, o Brasil ainda patina entre promessas, mitos e licitações mal desenhadas. O resultado? Atraso tecnológico e um custo gigantesco para o bolso do cidadão.
1️⃣ A conta errada: preço de compra não é custo de vida útil
A licitação brasileira ainda premia o menor preço, não o menor custo por quilômetro ao longo da vida útil.
O trólebus IMC (In Motion Charging) custa mais na largada, mas roda 15 a 20 anos com manutenção menor, energia mais barata e bateria 3 a 5 vezes menor. Quando se ignora isso, o sistema escolhe o barato que sai caro.
2️⃣ Contratos curtos, visão curta
Não dá pra operar um veículo de 20 anos com contrato de 7. Sem prazo compatível ou indenização de resíduo, o operador foge do elétrico.
Tecnologia de longo ciclo pede concessão longa e segurança jurídica.
3️⃣ Planejamento elétrico desarticulado
Prefeitura, operadora e distribuidora raramente falam a mesma língua.
O IMC exige engenharia de potência planejada: subestações, demanda contratada e baterias estacionárias (BESS) para reduzir picos de energia. Sem isso, o projeto empaca antes mesmo de sair da garagem.
4️⃣ A estética acima da engenharia
Quantas vezes ouvimos: “fio é feio”?
Mas o que realmente é feio é o diesel queimando ar e dinheiro público.
Redes modernas, bem instaladas e com vãos longos são discretas, seguras e duráveis — e mantêm o transporte rodando sem interrupção.
5️⃣ Falta de métrica pública e narrativa técnica
Sem dados abertos de kWh/km, custo por passageiro, disponibilidade e poluentes evitados, qualquer discurso vence.
Com transparência, o IMC vence nos números — e convence pela eficiência.
6️⃣ O lobby do obsoleto
Onde há manutenção cara e troca de bateria pesada, há lucro fácil.
O IMC é o contrário: requer menos peças, menos paradas, menos reposição. E isso desagrada muita gente com interesse no modelo antigo.
7️⃣ Como destravar o futuro agora
Licitação com TCO (custo total de propriedade).
Prazo contratual compatível com a vida útil do ativo.
Corredor-piloto bem escolhido, com subestações e trechos off-wire.
Padrão técnico municipal para pantógrafos, telemetria e conectores.
Financiamento verde de longo prazo.
KPI público mensal de energia, custo e emissões.
Força-tarefa de engenharia para rede aérea e manutenção.
Integração troncal (IMC) + alimentador (BEV).
8️⃣ A verdade incômoda
O atraso brasileiro não é por falta de tecnologia — é por falta de coragem política e engenharia de Estado.
Enquanto discutimos “fio é feio”, outros países conectam trólebus IMC com inteligência, eficiência e propósito.
O futuro já existe. Só falta o Brasil decidir sair da tomada.
#MobilidadeUrbana #TransporteSustentável #Trólebus #IMC #TecnologiaVerde #PlanejamentoUrbano

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Roma: arrependimento sobre rodas
Roma desligou seus trólebus em 1972. Em 2005, reabriu a linha 90 com novos veículos e, em 2019, expandiu o sistema. O motivo? Diesel caro e pressão ambiental. O arrependimento virou investimento.
🇨🇿 Praga: o retorno da rede suspensa
A capital tcheca encerrou seu sistema em 1972 e, décadas depois, declarou publicamente que foi um erro.
Desde 2017, os trólebus IMC (que rodam parte do trajeto a bateria) voltaram com força. Em 2024, a cidade abriu novas linhas 58 e 59 — modernas, silenciosas, e totalmente integradas.
🇮🇹 Bolonha e Verona: o fio que voltou a brilhar
Bolonha encerrou sua rede em 1982 e, nos anos 1990, voltou atrás. Verona seguiu o mesmo caminho: reintroduziu o sistema, financiado pelo Banco Europeu de Investimento. A justificativa oficial? “Não existe tecnologia mais madura e eficiente para o transporte urbano limpo.”
🇳🇿 Wellington: o arrependimento mais público de todos
Na Nova Zelândia, a cidade encerrou os trólebus em 2017. Bastaram poucos anos para os cidadãos perceberem o erro: aumento de poluição, ruído e custos. A imprensa local chamou de “a decisão mais tola da década”.
🌍 A lição que vem dos fios
Em todos esses casos, o fio da história é o mesmo: desligar foi fácil, reativar custa caro. Mas as cidades entenderam que o futuro não está em motores barulhentos e fumaça, e sim na energia limpa que já existia antes — só precisava ser modernizada.
Enquanto isso, no Brasil, ainda há quem trate o trólebus como relíquia. Mas quem conhece mobilidade sabe: o que é sustentável nunca sai de moda.
As cidades que se arrependeram hoje são exemplos para as que ainda resistem a aprender. Porque o verdadeiro progresso não é apagar o passado, é reenergizá-lo. ⚡
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O Crime dos Fios Arrancados: O Suicídio Energético de São Paulo
24/10/2025
Enquanto Praga, Zurique, Gdynia, Parma e Rimini reafirmam o óbvio — que os trólebus são a espinha dorsal da mobilidade elétrica sustentável — São Paulo prefere o caminho mais estúpido: arrancar cabos e vender sucata como “modernização”.
Essa escolha não é técnica, é política. É a velha miopia do poder público: cortar custos hoje para estourar a conta amanhã. É como um cirurgião que, para economizar em gaze, abre o paciente e o deixa sangrar.
🔋 Fato incontestável: trólebus IMC consomem até 30% menos energia que ônibus a bateria carregados em depósito. Energia que sobra para hospitais, escolas e iluminação pública.
🌱 Fato inconveniente: com baterias menores, usam 30 vezes menos lítio, níquel e cobalto. Em tempos de guerras e crises geopolíticas, desmontar uma tecnologia que reduz dependência de minerais é o cúmulo da irresponsabilidade.
🏗 Fato inegável: a rede aérea dura mais de 40 anos. Baterias mal chegam a cinco antes de virarem lixo tóxico caríssimo. Arrancar fios e apostar em baterias é trocar ouro por sucata.
⚡ Fato incômodo: as catenárias são infraestrutura estratégica de energia urbana. Em crises, garantem mobilidade. Em apagões, sustentam cidades. Quem desmonta isso deveria ser acusado de crime contra a resiliência urbana.

🌍 Enquanto o mundo liga seus fios ao futuro, São Paulo corta os seus.
Autoridades que hoje posam para fotos dizendo que “modernizam” a cidade estão, na prática, assassinando uma tecnologia limpa e comprovada. Jogam a sociedade nos braços de baterias caríssimas, frágeis e descartáveis.
👉 Que fique registrado: cada metro de fio arrancado hoje custará o dobro para ser reposto amanhã. E quando a fatura bater à porta, não digam que não sabiam.
Se prefeitos e gestores querem destruir o futuro da mobilidade limpa, que ao menos tenham coragem de olhar no olho do cidadão e admitir:
— “Estamos desmontando a rede de trólebus porque não temos visão, nem compromisso com sustentabilidade.”
Não é debate técnico, é decisão política. Não é economia, é sabotagem. Não é progresso, é retrocesso.
🚨 Desmontar a rede de trólebus é um crime contra o futuro.
E quem cala diante disso vira cúmplice.
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