Os Sistemas de Trólebus Brasileiros:
São Paulo (SP) - Eletrobus Frota de Trólebus
Ao iniciar sua operação comercial o Eletrobus dispunha de 285 trólebus herdados da antiga CMTC, fabricados na década de 1.980. Entretanto deste total 44 veículos estavam “canibalizados” e o restante da frota estava em condições precárias de uso (com rachaduras em chassis e carrocerias, infiltrações, queda de portas e janelas, etc).
A frota inicial do Eletrobus estava dividida da seguinte forma:
- Trólebus Ciferal/Scania/Tectronic (Amazonas): prefixos 68 7001 a 68 7100 equipados com sistema de controle de tração por contatores controlados eletronicamente.
- Trólebus Ciferal/Scania/Tectronic (Amazonas): prefixos 68 7101 a 68 7200 equipados com o sistema "chopper".
- Trólebus Marcopolo/Scania/Tectronic (chopper): prefixos 68 7201 a 68 7290.
- Trólebus articulado Marcopolo/Scania/Powertronics (chopper): prefixo 68 8001.

Trólebus Ciferal/Scania/Tectronic (Amazonas), equipado com sistema de controle de tração por contatores controlados eletronicamente.
(Créditos na foto).

Trólebus Ciferal/Scania/Tectronic (Amazonas), equipado com o sistema de controle de tração "chopper".
(Créditos na foto).

Trólebus Marcopolo/Scania/Tectronic.
(Créditos na foto).

Trólebus articulado Marcopolo/Scania/Powertronics.
(Créditos na foto).
Devido às condições precárias da frota o Eletrobus iniciou a reforma dos antigos veículos, num audacioso processo de restauração dos componentes mecânicos dos chassis, recuperando também seus motores e componentes elétricos e eletrônicos, e adquirindo ainda novos sistemas de controle de tração para os antigos trólebus movidos a contatores.
Enquanto os trólebus antigos iam sendo desmanchados e os novos ainda não entregues o Eletrobus chegou a tomar emprestado alguns trólebus do Consórcio Metra de São Bernardo do Campo, para operar em suas linhas.

Trólebus Marcopolo/Scania/Tectronic sendo desmanchados na garagem Tatuapé, à época do Eletrobus.
(Fonte: acervo Eletrobus)..

Trólebus Marcopolo/Scania/Tectronic sendo desmanchados na garagem Tatuapé, à época do Eletrobus.
(Fonte: acervo Douglas de Cezare).

Processo de desmontagem dos antigos trólebus Ciferal/Scania/Tectronic (Amazonas) e no detalhe os Marcopolo sendo também desmontados.
(Fonte: acervo Eletrobus).

Trólebus Marcopolo/Scania/Tectronic sendo desmanchados na garagem Tatuapé, à época do Eletrobus.
(Foto: Jorge Françozo de Moraes)..

Trólebus Volvo/Marcopolo/Powertronics (ex-Belo Horizonte), emprestados da Metra ao Eletrobus.
(Créditos na foto).
Para se definir os parâmetros da frota a ser reformada foi montado um protótipo com chassi fabricado pela Tuttotrasporti. Os eixos Scania e os componentes elétricos foram reaproveitados do veículo antigo desmontado. O controle de tração foi subtituído por um chopper IGBT Powertronics, recebendo por fim carroceria Mafersa.
Inicialmente o protótipo recebeu o prefixo 68 7154. Posteriormente após nova reforma da carroceria com componentes Marcopolo recebeu o prefixo 68 7811, sendo chamado de "Marcofersa" devido à mistura de componentes das carrocerias Marcopolo e Mafersa.

Chassi Tuttotrasporti do protótipo do trólebus Eletrobus 68 7154. Os eixos foram reaproveitados do antigo chassi Scania herdado da antiga frota.
(Foto e contribuição: Samuel Tuzi).

Protótipo do trólebus Eletrobus com chassi Tuttotrasporti, carroceria Mafersa e controle de tração Powertronics - prefixo 68 7154.
(Fonte: https://onibusbrasil.com/douglasdcz/2725870?co
ntext=company)..

Painel de comando do trólebus 68 7811.
(Foto: Marco A. G. Brandemarte).

Protótipo do trólebus Eletrobus com chassi Tuttotrasporti, carroceria Mafersa e controle de tração Powertronics - prefixo 68 7154.
(Créditos na foto).

O mesmo trólebus Eletrobus 68 7154 com chassi Tuttotrasporti, carroceria Mafersa e controle de tração Powertronics, após reforma da carroceria, com partes do Marcopolo Torino GV, adotando a partir daí o prefixo 68 7811.
(Fonte: Revista Online Portal do Ônibus).

Controle de tração chopper IGBT Powertronics do trólebus 68 7811.
(Foto: Marco A. G. Brandemarte).
Após os testes com o protótipo optou-se pela carroceria Marcopolo, na época o modelo Torino Geração V. O chassi permaneceu o Tuttotrasporti com os eixos Scania aproveitados dos antigos chassis. Os antigos trólebus Ciferal movidos a contatores eletrônicos tiveram seu sistema de tração substituído por novos do tipo chopper IGBT Powertronics (prefixos 68 76XX e 68 77XX). O restante da frota antiga que já possuía o sistema chopper permaneceu com os mesmos componentes (prefixos 68 75XX e 68 76XX).
O trólebus de prefixo 68 8001 Marcopolo/Scania/Powertronics articulado também teve a carroceria substituída pelo novo modelo da Marcopolo à época (Torino GV), além de ter o chassi reformado e a substituição de seu sistema de controle de tração pelo novo chopper IGBT Powertronics.
O trólebus de prefixo 68 8000 CAIO/Volvo/Villares foi adquirido da Viação Santo Amaro, também teve a carroceria substituída pelo novo modelo da Marcopolo à época (Torino GV) equipado com ar condicionado, além de ter o chassi reformado e a substituição de seu sistema de controle de tração pelo novo chopper IGBT Gevisa.
O trólebus de prefixo 68 7213 Marcopolo/Scania/Tectronic foi adquirido em um leilão da SP Trans, pois estava totalmente sucateado. Sua reforma (a última realizada pelo Eletrobus) manteve todas as suas características originais (carroceria, chassi e tração), passando a ser utilizado apenas para treinamento dos motoristas e para exibições.
Paralelamente às reformas a empresa adquiriu também novos veículos em 1.996, sendo 37 trólebus com chassi Volvo B58, carroceria Marcopolo Torino Geração V e chopper IGBT Powertronics.

O chassi desenvolvido pela Tuttotrasporti com componentes mecânicos aproveitados dos antigos trólebus Scania desmontados.
(Foto: acervo Tuttotransporti).

Trólebus reformado Marcopolo/Scania/Powertronics (68 7701).
(Fonte: acervo Eletrobus).

Trólebus reformado Marcopolo/Scania/Powertronics articulado (68 8001).
(Fonte: informativo “O Trólebus”, publicado pelo Eletrobus).

Trólebus Marcopolo/Scania/Tectronics prefixo 68 7213 após reforma que manteve suas caracterśiticas originais.
(Foto: Marco Antonio G. Brandemarte).

Trólebus Marcopolo/Scania/Tectronic (n° 7501), o primeiro veículo da frota a ser reformado, posteriormente ao protótipo, mantendo o sistema chopper original.
(Fonte: informativo “O Trólebus”, publicado pelo Eletrobus).

Trólebus reformado Marcopolo/Volvo/Gevisa articulado (68 8000)..
(Fonte: acervo Eletrobus).

Trólebus Marcopolo/Scania/Tectronics prefixo 68 7213 durante desmontagem para reforma.
(Fonte: informativo “O Trólebus”, publicado pelo Eletrobus).

Um dos novos trólebus Marcopolo/Volvo/Powertronics adquiridos pelo Eletrobus em 1.996, equipado com sistema chopper IGBT Powertronics.
(Foto: Jorge Françozo de Moraes).
No final de 2001 o Eletrobus encerrou suas atividades. Diversos trólebus reformados foram vendidos à Transbraçal, de São Paulo. Entre 2002 e 2004 algumas empresas como por exemplo a Viação Capital e o Consórcios SPBus e Aricanduva assumiram a operação e manutenção dos trólebus da Garagem Itaquera em regime de concessão temporária.
Em 2004 a Himalaia Transportes assume a operação de parte dos trólebus. Os veículos restantes ficaram por muito tempo aguardando reforma nas garagens da SP Trans sendo posteriormente vendidos como sucata.