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TB: Emílio poderia em primeiro lugar se apresentar brevemente e na sequencia nos contar de onde surgiu esse interesse pelos trólebus?

 

EP: Meu nome é Emilio Sérgio Pechini, sou nascido em Santos (estado de São Paulo), tenho hoje 54 anos de idade. 

Técnico em eletrônica e depois, engenheiro eletricista, atualmente atuando no ramo de administração comercial e, como hobby, produzo videos e fotos, com destaque para trólebus, bondes e VLT.

Desde criança os ônibus me fascinam, e coincidentemente quando eu nasci, em janeiro de 1.967, foi a época em que começaram a circular de forma constante e numerosa as linhas mais movimentadas de trólebus de Santos, na avenida Conselheiro Nébias, onde morava. Lá, durante a infância e adolescência vivenciei mudanças de itinerários, de padrão de cores e também extinções.

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TB: O trólebus em Santos já foi um dos principais meios de transporte público do município e hoje se resume a apenas uma linha turística. O que representa o trólebus pra cidade de Santos hoje?

 

EP: Hoje o trólebus representa um pedaço do passado não muito distante que continua vivo, mas infelizmente com uma condição de permanência precária. Há apenas uma linha, que conta com a alternância entre trólebus e ônibus comum à diesel, além de alguns poucos ônibus elétricos movidos à baterias.

Como os trólebus tiveram uma grande participação no transporte coletivo, estes ainda se encontram na memória das pessoas. Uma onda saudosista em Santos trouxe uma valorização de prédios e elementos históricos da cidade, tendo como exemplo, os bondes. Os trólebus, de certa forma encaixam-se nessa valorização. Reportagens em veículos de comunicação esporadicamente trazem à tona o tema "trólebus", o que afasta o fantasma da desativação, pelo menos momentaneamente.

Enquanto mantivermos viva a memória do trólebus, podemos dar a eles uma continuidade, e este é um dos meus objetivos a postar, de modo esporádico em meio a outros assuntos, fotos de trólebus em minhas redes sociais.

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TB: É verdade que o trólebus tornou-se patrimônio do município?

 

EP: Sim, em uma gestão municipal anterior houve um empenho em se destacar o caráter histórico e turístico dos trólebus: a única linha (Circular 20 Praça Mauá - Praça da Independência) liga a área turística da região da orla até o centro histórico, o que poderia trazer turistas para a linha de bondes. Isso motivou a prefeitura  a incorporar os 6 trólebus Mafersa ao patrimônio público, ainda que sob a gestão e operação da concessionária.

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TB: Existe algum plano de restauração do trólebus Fiat da época da CSTC que se encontra na Garagem de Bondes em Valongo?

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EP: Existe a possibilidade de uma reforma e recuperação do trólebus Fiat. O passo inicial foi a transferência do "Fiat" da garagem da antiga CSTC para a garagem de bondes do Valongo. Lá tive a oportunidade de me aproximar do antigo trólebus e ver de perto seu estado precário, num encontro emocionado. 

Infelizmente com a pandemia, ainda não há nada de concreto, mesmo porque o investimento será bem alto, e será necessário alocar verbas públicas e até mesmo conseguir-se patrocínio privado.

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