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Trólebus & Ônibus Elétricos Brasileiros

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> Entrevista Erick Santiago Cardoso 19/04/2022



 

Hoje o site "Trólebus Brasileiros" tem a honra de entrevistar Erick Santiago Cardoso, engenheiro de manutenção da CPTM e diretor financeiro do Movimento Respira São Paulo.

Confira mais detalhes da entrevista abaixo:

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(Erick Santiago Cardoso - acervo pessoal).

TB: Erick primeiramente gostaria que se apresentasse e contasse pra nós qual sua relação com o setor de transportes.

EC: Bom dia, boa tarde ou boa noite, Marco e queridos leitores. Me chamo Erick Santiago Cardoso, sou engenheiro mecânico e especialista em tecnologia metroferroviária pela USP. Tenho ligações particulares e profissionais com a área de transporte. Particulares são a minha fascinação pelo transporte, tanto coletivo (trens, trólebus, metrô) como individual (automóveis). Já dentro do âmbito profissional, atuo como engenheiro de manutenção de rede aérea na CPTM e, antes desta, trabalhei na Alstom como projetista, tendo atuado nos projetos do Metrô de Nova York (R-160A), Metrô de Santiago (NS-04), CPTM (Série 2070 – COFESBRA), Metrô-SP (Frota G), Metrô-DF (Série 2000), Metrô-SP (reforma Frotas I e L), CPTM (Série 9000) e Metrô Chennai - Índia.

TB: Especificamente sobre os trólebus: qual sua relação com este modal de transporte e como se deu sua participação no Respira São Paulo?

EC: Sou fã dos trólebus desde que era criança. Me lembro que uma vez fiz meus pais irem comigo dar uma volta de trólebus ao longo da antiga linha 107P, na época que operavam os “Villarinhos” da extinta e saudosa CMTC. Lembro-me também quando, por volta de 1994/95, estava com a minha madrinha na Av. Conselheiro Carrão e vi encostar um Torino GV/Scania/Tectronic da Série 75, cheirando à tinta, e pedi à minha madrinha para pegarmos o “GV” em troca do San Remo 72XX que estava na frente.

 

Minha entrada no Movimento Respira São Paulo se deu por volta do início dos anos 2000, na época que a Marta Suplicy assumiu a Prefeitura do Município de São Paulo e, junto com seu Secretário dos Transportes (Jilmar Tatto), quando houve a desmobilização de parte da malha existente (linhas da Zona Norte e do Corredor Santo Amaro). Minha atuação junto ao Respira sempre foi de apoio na parte técnica, assim como na elaboração de propostas que viriam a ser apresentadas em prol dos trólebus.

 

TB: Em sua opinião o trólebus ainda tem espaço frente a mobilidade urbana, diante de novas tecnologias que surgem ou ressurgem?

EC: Acredito sim que ainda há espaço para os trólebus nos dias atuais, mas não da forma como o sistema opera hoje em São Paulo, por exemplo. O ideal seria em um corredor como o ABD (operado pela Next Mobilidade – antiga Metra). Um corredor que, na minha humilde opinião é ideal para operar com esses veículos é o Corredor Santo Amaro. O que fizeram foi um crime, que segue impune até os dias de hoje.

 

Já em Santos, enxergo de outro modo: deveria ser transformada em uma atração turística a mais na cidade, ou seja, além da manutenção da Linha 20 (Praça Mauá – Praça Independência), poderiam ser implantadas mais linhas, como as antigas 04 até a Ponta da Praia e a 53 até o Orquidário, de forma a complementar o bonde existente na cidade.

 

TB: Erick, como criador deste site, sou fã de carteirinha da Cobrasma e de seus trólebus, uma empresa "orgulho" de nossa pátria, mas que infelizmente não sobreviveu aos dias atuais, creio que por falta de demanda de produtos num país onde sempre se priorizou o modal rodoviário para transporte de cargas e passageiros, além do automóvel em detrimento do transporte coletivo urbano, justamente contrário às atividades da Companhia.

 

Conte pra nós por gentileza a sua proximidade com esta empresa:

EC: Sou fã de carteirinha da Cobrasma e de seus produtos, como os trens metropolitanos das Séries 9000/5000 (entregues à FEPASA), Série 900 (RFFSA), Metrô-BH (conhecido também como Demetrô), e o Frota C da Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô. Gosto também dos trólebus fabricados para o Metrô (posteriormente EMTU e Metra), assim como dos ônibus rodoviários Trinox e dos CX-201/301.

 

E tenho uma razão especial para tanto: meu pai trabalhou na Cobrasma de 1976 a 1990, ou seja, atuou em todos esses projetos. Posteriormente, ele trabalhou na Mafersa e na Alstom, onde se aposentou. Tenho um enorme orgulho do meu pai, que trabalhou tanto em projetos para o Brasil como para o exterior, como os 48 carros para a NVTC (Northern Virginia Transportation Comission), Chicago Transit Authority (Série 3200), os trens de 2 andares da Amrak Califórnia, trens Comet V para a New Jersey Transit, Metrovías Série 100 para o Subte de Buenos Aires e Metrô de Santiago Linha 4 (AS-02).

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Passeio Respira São Paulo 2008 após  a exposição Viver Ver e Rever, orgaizada pelo Clube Ônibus Antigo Brasileiro.

(Foto de Thiago dos Santos Silva - acervo Erick Cardoso).

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Viagem de despedida dos trólebus da Linha 2101.

(Foto de Thiago dos Santos Silva - acervo Erick Cardoso).

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Visita técnica Pátio Altino CPTM - Chegada dos trens da Série 7000 em 2010.

(Foto Erick Cardoso).

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