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Trólebus & Ônibus Elétricos Brasileiros

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> Artigo "A Resistência dos / pelos Trólebus no Brasil"

> Marco Antonio Brandemarte - 19-07-2022



 

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Nós brasileiros costumamos dizer que temos que ser estudados, frente a nossa capacidade de criar soluções e artimanhas para vencermos nossas dificuldades. Quem nunca ouviu a expressão: "agora a NASA vem..."

 

Pois é... brincadeiras à parte...  a indústria brasileira sabe bem o que é isso. Pra sobreviver num país como o nosso haja criatividade, haja disposição pra empreender, haja paciência e perseverança.

 

De acordo com o IBGE em recente pesquisa 48% das empresas brasileiras fecham em até três anos.

 

Os dados mostram que 25% dos empreendedores brasileiros que fecharam suas empresas apontaram a falta de gestão como um dos motivos principais para a falência, seguido de altos impostos, pouca demanda e alta competitividade e dificuldade para arrecadar linhas de crédito.

 

O que dizer da indústria brasileira de trólebus? Coitada dela. Neste caso não podemos dizer que foi falta de gestão, pelo contrário. Muitas delas mudaram de ramo para não falirem de vez. Desde que nasceu no Brasil lá em 1958 a pioneira Trólebus Villares S/A já enfrentou chuvas e trovoadas. Seus trólebus eram caros pela pouca demanda, somando-se a dificuldade em se competir com fabricantes estrangeiros.

 

O trólebus não é uma obra política. Exige altos investimentos iniciais e prazos que ultrapassam um mandato político para ficarem prontos. Talvez por isso não são bem vistos pelo poder público, mais preocupado com obras imediatistas, já que a memória do eleitor brasileiro é muito curta.

 

Na contramão do mundo vimos o trólebus encolher no Brasil. Inicialmente presente em 14 localidades no auge da crise petrolífera atualmente apenas dois sistemas operam: São Paulo capital e Região Metropolitana de São Paulo. O terceiro sistema em Santos encontra-se paralisado atualmente, sem previsão de retorno operacional.

 

O ressurgimento recente dos veículos elétricos a bateria nos dá um certo ânimo quanto à utilização de meios de transportes não poluentes. Porém é preciso cuidado: um ônibus elétrico a bateria não se compara ao trólebus, principalmente quando operado em corredores, onde se aproveita o máximo de rendimento de um trólebus. Outro fato importante: a produção e descarte das baterias e do veiculo como um todo pode poluir até mais do que a produção de um modelo a combustão, isso sem contar a baixa autonomia operacional.

 

Enfim: o sistema trólebus brasileiro tem uma história de poucos altos e muitos baixos. Se ainda existem sistemas operacionais hoje é por conta de atitudes heroicas de poucas associações de entusiastas e profissionais que lutaram no passado e continuam voluntariamente a lutar pela não extinção do modal no pais.

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